O Ultimato

CAPÍTULO 150

Quando a mentira vira arma

LUCAS SANTORO

O copo de vinho ainda estava pela metade quando peguei o celular. Minhas mãos tremiam, mas não de frio — de culpa. O rosto dela ainda queimava dentro da minha cabeça, o gosto do beijo maldito que nunca deveria ter acontecido. Alinna tinha saído da sala, o corpo rígido, mas os olhos… os olhos estavam quebrados.

Disquei o número do meu irmão de alma. Do outro lado da linha, demorou a atender. Quando a voz rouca dele surgiu, parecia mais um morto do que um homem.

— Lucas?

Engoli em seco.

— Irmão… ela está quebrada. Eu a beijei.

Houve silêncio. Longo. E então um estalo: ele apertou os olhos, dava pra sentir.

— Não, Lucas. Não! Sério?

Fechei os olhos.

— Eu tentei resistir, mas não consegui. Ela me olha, me fala coisas que me rasgam. Nós amamos você, Caio. Mas, por favor, entende… se eu fechar a porta de casa agora, eu… eu vou amar ela, Caio.

A voz dele veio em desespero.

— Não, Lucas. Não faz isso. Me perdoa, amigo, mas eu não consigo
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