CAPÍTULO 123
Quando o futuro fala mais alto que o passado
Os dois entraram devagar, e o mar os recebeu com um abraço largo. Alinna boiou de costas, deixando o corpo entregue, olhos no céu que começava a ganhar estrelas; Caio ficou ao lado, a palma aberta sustentando a nuca dela, só por garantia.
— Sabe o que eu percebi? — ela sussurrou, flutuando.
— O quê?
— O riacho faz barulho de mundo pequeno. O oceano… faz barulho de futuro.
— Então a gente ouviu o futuro. — Ele inclinou o corpo e depositou um beijo leve no ombro dela. — E, quando quiser, voltamos e conversamos com o passado. Sem pressa.
Voltaram para o deck já de noite. Um funcionário do resort deixara uma bandeja com frutas, água de coco e duas taças ao lado de um vinho branco. A lua derramava prata sobre a superfície; a suíte aberta cheirava a sal e madeira nova. Alinna pegou o envelope, sentiu o vinco com a ponta do dedo.
— Hoje, não. — disse, devolvendo-o à pasta, sem culpa. — Hoje eu precisava acreditar que existe dia sem d