CAPÍTULO 147
Quando a lealdade se transforma em veneno
CAIO MOREAU BASTIEN
A madrugada parecia não acabar. O teto branco da clínica me sufocava, como se fosse um túmulo aberto sobre minha cabeça. Eu não dormia, não respirava direito, não era nada. Só pensava nela. Paris. Alinna naquela cidade imensa, e Lucas ao lado dela meses tentando conquistar minha mulher. Era como se eu tivesse me condenado a assistir minha própria vida ser roubada.
Peguei o celular. A mão tremia. Disquei o número. A voz de Lucas atendeu, pesada de sono e de cansaço.
— Lucas… e aí cara?
—Desculpa Caio eu… Não consigo cara.
—você é gay, porra? — disparei, sem conseguir segurar.
Silêncio. Só respiração. Então a voz dele veio, áspera:
— Que merda você tá falando, Caio?
— É isso mesmo. Que paixão é essa, irmão? Você olha pra ela daquele jeito, fala com essa dor na voz. Então resolve logo, porra. Compra um vinho, coloca uma música, beija ela!
— Cala a boca! — ele gritou do outro lado. — Você não faz ideia do que é