CAPÍTULO 88
Quando as cicatrizes não me deixam seguir
A lembrança da frase dela rasgou seu peito.
"Agora eu não tenho mais nada… não tenho seus avós… não tenho ele… e você… por minha causa… se foi."
— Ele quem, Alinna? O Eduard? Vocês terminaram? Seria isso? — olhou para a lápide, como se pudesse arrancar dali uma confissão. — Você não fala, não é, bebê? Ficou nove meses com ela… podia me contar…
O nó na garganta apertou.
— Lá no túmulo onde você não está, tem um nome: Eduard Junior. Claro… ele colocou o próprio nome num caixão vazio. E você não tem nome… aqui. — Passou a mão no mármore frio. — Sabe, bebê… às vezes eu me culpo também. Por não ter lutado mais por ela. Mas como lutar, se ela me afasta, diz que ama ele?
O olhar se perdeu na cruz de ferro acima da lápide.
— Se ela me dissesse que me ama… eu não pensaria duas vezes. Eu a levaria para uma ilha só nossa. Ele nem colocaria os olhos nela.
Um suspiro longo escapou.
— Quando ela me falou que estava grávida… eu fiquei tão feliz.