CAPÍTULO 97
Quando o medo é a arma mais cruel
Ele não contém o gemido que sai, grave, contido, perigoso. O controle dele, por um fio. Ele decide que este fio será cortado por ela — não pelo passado, não por um nome estranho no meio do quarto, não por ninguém. Por ela.
— Eu vou perguntar outra coisa — ele avisa, voz embargada de tesão e guerra. — e você vai responder com o corpo. Só com o corpo.
— Ta…
— Você me quer ou quer que eu tire de você?
Ele desvia a mão para a garganta novamente — contato leve, territorial — e empurra mais fundo. O corpo dela responde com um espasmo inteiro, um sim que não tem como ser negado. O quadril busca, o músculo aperta, o gemido nasce sem autorização.
— Entendi — ele murmura, vencido. — Os dois.
Agora ele abandona a última muralha. O ritmo cresce, preciso e impiedoso; não há agressividade, há inevitabilidade. A cama range sem pudor. O ar parece mais denso, como se o quarto todo encostasse neles.
— Comigo — ele ordena, como antes. — Olha pra mim por d