Alena Petrova
O quarto ficou em silêncio assim que Mikhail saiu. Meus olhos seguiram a porta fechando, o coração ainda batendo forte depois da explosão dele e do consolo que veio logo em seguida. A sensação era confusa: medo, alívio, cansaço, tudo misturado.
Poucos minutos depois, Olga entrou com passos firmes, equilibrando uma bandeja. Colocou a xícara de chá na mesa de cabeceira e me lançou um daqueles olhares que sempre faziam qualquer pessoa se sentir uma criança sendo cuidada.
— Aqui, menina. Vai te ajudar a se acalmar. — disse simples, sem rodeios.
Peguei a xícara, as mãos ainda trêmulas. O vapor subiu, mas eu mal consegui sentir o cheiro das ervas. Quando Olga já se virava para sair, as palavras escaparam da minha boca num fio de voz:
— Onde ele está, Olga?
Ela parou, olhou por cima do ombro.
— No escritório.
Engoli em seco. O chá esfriava rápido entre meus dedos.
— Ele está bem? — minha pergunta saiu meio quebrada, carregada de insegurança.
Olga suspirou fundo e ajei