Mikhail Vasiliev
O cheiro de pólvora impregnava o ar do galpão. Eu passava os olhos pelo novo carregamento de armas que tinha acabado de chegar, conferindo peça por peça. Kalashnikovs, pistolas importadas, algumas granadas que não deveriam nem estar ali. Nada escapava do meu olhar. Eu não confiava em ninguém quando se tratava dos negócios da família Vasiliev.
— Confere o lote duplo, quero a contagem exata. — ordenei a um dos homens, a voz firme, sem paciência.
Meu celular vibrou no bolso. Peguei e atendi de imediato. A voz do segurança do outro lado veio trêmula.
— Senhor… um dos homens designados para hoje foi encontrado desacordado.
Parei. O barulho metálico das caixas sendo abertas ao meu redor pareceu sumir.
— O quê? — minha voz saiu baixa, perigosa.
— Achamos ele atrás da agência, senhor. Ninguém viu nada…
— E a Alena? — perguntei, já sentindo meu sangue ferver.
Um silêncio do outro lado.
— N-não sabemos, senhor.
O gelo que percorreu minha espinha se transformou em fogo em questã