Alena Petrova
Assim que Mikhail saiu, de forma quase silenciosa, como se quisesse desaparecer antes que eu ou Ilya percebêssemos algo de errado, fiquei parada no quarto, tentando entender a expressão que ele tinha no rosto antes de cruzar a porta. Não era apenas cansaço. Era, sei lá, como se carregasse um segredo que o consumia por dentro.
Mas se bem que se tratando do Mikhail, provavelmente era exatamente isso.
Ilya me olhou de relance, mordendo o lábio inferior.
— Eu já volto. — disse, e saiu atrás dele antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, fechando a porta atrás de si, me isolando do que quer que fosse fazer.
O instinto me fez segui-los, mas não da forma mais direta, claro. Caminhei até a porta e a abri só o suficiente para poder ouvir. O som dos passos de Ilya pelo corredor era leve, quase apressado, e logo captei o murmúrio das vozes deles.
— Que foi isso, hein? — ouvi Ilya dizer, num tom meio provocador, como quem tentava quebrar o gelo. — Saiu daqui como se tivesse vis