Mikhail Vasiliev
Ela dormia.
A respiração dela estava calma, tranquila. O corpo enrolado no lençol, a pele ainda úmida do banho que tomamos depois que finalmente terminamos. Seu semblante não negava, estava cansada. Exausta. Do jeito que eu deixei.
Eu podia ter ido mais uma vez. Queria. Meu corpo ainda pedia, a mente gritava. Era como se ainda não estivesse saciado da sede que tinha dela, do corpo, da pele, do gosto… Mas ela já tinha dado tudo de si. E por algum motivo que eu não entendia, deixei que ela descansasse.
Cobri Alena quando percebi que ela dormiu e fiquei ali por alguns minutos, tentando silenciar o que martelava aqui dentro. Não consegui.
Me levantei, peguei uma calça e desci em silêncio. Nem olhei para trás.
Fui direto para o escritório.
Tranquei a porta. Não queria que ninguém entrasse aqui sem minha permissão. Acendi um charuto. Peguei uma garrafa. Enchi o copo até quase transbordar.
Engoli o primeiro gole de uma vez, sentindo descer queimando, rasgando tudo. E até vir