Alena Petrova
Um mês depois
Eu nunca imaginei que fosse terminar meus dias assim.
Quer dizer… não terminar, terminar. Mas, tipo, estar aqui. Agora. De frente para o espelho desse quarto enorme, vestida como se fosse uma personagem de filme caro, com um vestido que provavelmente valia mais do que tudo que a igreja já gastou em hóstias na vida inteira.
Noiva.
De Mikhail Vasiliev.
Mafioso. Russo. Perigoso. Frio.
E, de alguma forma completamente absurda, meu quase marido.
Olhei para o espelho mais uma vez. A costura delicada do vestido se moldava direitinho no meu corpo, e eu odiava admitir que estava linda. Na verdade, não odiava não. O que eu odiava era a situação toda, só isso. Isso tudo era surreal demais. O cabelo preso de um jeito elegante — Ilya que fez, claro, dispensando a necessidade de cabeleireira. Maquiagem discreta, mas suficiente para esconder as olheiras das noites mal dormidas desde que minha vida virou um capítulo mal editado de novela policial.
Suspirei e me sentei na p