Mikhail Vasiliev
Deixei Alena no restaurante e caminhei até o beco atrás dele. O sol da tarde projetava sombras longas no chão de paralelepípedo, e o ar estava pesado com cheiro de massa, azeite e uma ponta de sangue — mesmo que ninguém mais sentisse.
Serguei me esperava com as mãos cruzadas atrás do corpo, a postura rígida como um cão treinado. Ao lado dele, o italiano estava de joelhos, gemendo baixo. Sangue escorria do nariz e da boca, e eu sequer precisei perguntar o motivo.
— Ele nos seguiu até aqui. Estava com uma escuta. — Serguei disse, mostrando um pequeno dispositivo com aparência barata. — Achou mesmo que podia passar informação pro pai da Sofia sem ser detectado.
Me agachei diante do homem, meu olhar nivelado ao dele.
— Você sabe que eu podia te matar aqui mesmo, não sabe? — murmurei em russo.
Ele fez que sim, rápido, trêmulo.
— Mas eu não vou. Quero que entregue um recado pro Don: se ele quer brincar de guerra, que venha pessoalmente. Não mande ratos.
Levantei. Serguei en