Santino... você não pode parar a sua vida por minha causa.
Marina
Entro depressa no banheiro enquanto Santino atende a ligação. Pelo pouco que escuto antes de fechar a porta, ouço a palavra projeto — e algo no tom dele me faz pensar que é trabalho. Provavelmente, ele conseguiu.
O chuveiro me envolve como um abraço quente, e deixo a água cair sobre meu corpo por um tempo longo demais. Quando finalmente saio, enrolo-me no roupão branco, com a pele ainda úmida e o coração acelerado. Não é só o calor do banho. É ele. É tudo isso que está acontecendo entre nós tão de repente, mas que pulsa tão certo.
Ao voltar para o quarto, encontro Santino de pé na sacada, recortado contra o céu azul. Ele está de costas, parecendo distante, pensativo. Já se trocou — veste uma bermuda branca que gruda nas coxas fortes e uma camiseta clara que acentua o bronzeado. Mesmo despenteado, o brilho dos cabelos negros no sol parece cena de cinema. Ele é bonito de um jeito que sempre me desarma. Mas agora há algo a mais. Algo tenso em seu silêncio.
— E então? — pergunto, a