O zíper emperrado

Marina

Estou escovando os dentes quando meu celular toca. No visor, um número desconhecido. Atendo.

— Senhorita Baker? Aqui é da Imobiliária Solaris. Recebemos seu e-mail com interesse em um ponto comercial no centro, com uma vitrine ampla. Surgiu uma boa oportunidade.

— Ah, sim. Que bom!

— A senhorita poderia vir aqui agora? Podemos ir até o local para a senhorita dar uma olhada.

— Agora? — suspiro. Queria tanto falar com tio Lúcio antes de sair...

— Tem algum problema para a senhorita?

Olho o relógio. Dez da manhã.

— Pode ser às onze?

— Claro.

— Ok, combinado.

Desligo com um suspiro e sigo até o guarda-roupa. Pego o primeiro vestido que vejo — um preto básico — e jogo na cama. Tiro a camiseta do meu ogro favorito, a calça jeans, o tênis. Visto o vestido, puxo o zíper até a metade das costas. Depois, tento mudando o ângulo das mãos, alcançar até a nuca.

Nada.

Droga!

Tento tirá-lo pelos quadris pra vestir outro, mas ele é justo demais. Travo com o vestido no meio do caminho e o zíper
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