Alice, uma estudante de Direito que vive sob a pressão dos sonhos de seus pais, tem sua vida drasticamente transformada ao ser atropelada ao sair da faculdade. Quando desperta, percebe que está presa dentro do livro que estava lendo, vivendo a vida de Angelina, uma personagem secundária destinada a morrer. Enquanto luta para mudar seu trágico destino, Alice, agora Angelina, se depara com uma figura misteriosa e perigosa: o temível Duque do Norte. Embora ele seja conhecido por sua frieza e brutalidade, uma inesperada conexão começa a se formar entre os dois. Contra todas as probabilidades, Alice se apaixona pelo Duque, complicando ainda mais sua tentativa de escapar desse enredo cruel. Com o tempo se esgotando e o destino de Angelina se aproximando, Alice precisa descobrir como salvar sua vida, ao mesmo tempo em que lida com sentimentos conflituosos por um homem que, a princípio, parecia ser seu maior inimigo.
Leer másAlice escutava atentamente o que o reitor da universidade estava dizendo. Não que ela se importasse muito, nunca foi de sua vontade cursar direito, tão pouco ficar limitada a uma pilha de contratos, ou em um tribunal de justiça tentando defender um criminoso. Em outros casos poderia ser que ela estivesse ali, para defender uma pequena causa de processo relacionado a um aluguel não pago por seis meses.
Não. sempre desejou fazer coisas a mais. ficar presa em um escritório cuidado de problemas dos outros, não era o que ela desejava. Mas seus pais, dois grandes e renomados advogados da cidade Y, desejavam que ela traçasse os mesmos passos que eles, ambos criminalistas, já se enfrentaram diversas vezes no tribunal, Alice até suspeitava que isso foi o que provavelmente levou o casamento deles ao fim, não só isso, uma das séries de fatores serviu de influência para o divórcio
As pessoas eram assim. Não!
O reitor a minha frente era um exemplo. Apenas ele e aqueles a quem ele passou por cima, poderiam dizer o que foi passado, ninguém é cem por cento bom ou cem por cento mal. Acredito que há uma média, a pessoa pode ser oitenta por cento boa, mas vinte por cento má, ou sessenta e sete por cento má e trinta e três por cento boa. Como aqueles que são bons apenas com os animais.
Quando a palestra de boas-vindas e instrutora termina, todos saem do auditório. Alice sacou seu celular de sua bolsa e o ligou, a tela antes escura, brilhou com a logo e o modelo do aparelho brilhando. Antes de entrar foi orientado que todos desligassem os celulares para que não lhe fossem causar distrações, ela o fez, mas não esperava que teriam mais de dez ligações perdidas de seus pais e cerca de quarenta e três mensagens não lidas, de cada um. Ela já desconfiava do que poderia se tratar, eles nunca se resolviam, mesmo após o divórcio estavam sempre brigando.
Ela resolveu que não lhes daria atenção agora. Já se sentia cansada e esgotada apenas de imaginar a situação desgastante que ocorreria após ligar ou responder uma mensagem, de um dos dois. Mas parecia que eles possuíam um rastreador nela, pois antes que pudesse se esquivar, outra mensagem apareceu.
Mãe: Já saiu?
Mãe: O seu pai está…
Por ler a mensagem pela barra de notificações não conseguiu ler o restante, ela apenas suspirou e arrastou para o lado, descartando-as. Em contrapartida, ela abriu o aplicativo de livros, ao qual continha sua história favorita nos últimos tempos “A rosa-branca”. Ela se encontrava havida para ler aquela história. Estava na metade e rezava para que as duas mulheres parassem de brigar, e que o Grande e majestoso duque saísse do livro para comê-la. Mas era apenas um sonho, o Duque era maravilhoso, ele sim deveria ser o personagem principal, não o príncipe herdeiro que era uma pessoa que se existisse, ela teria batido duas vezes em sua cara.
Ela estava em uma parte quente no livro, onde o protagonista masculino havia sido envenenado com algum tipo de afrodisíaco pela vilã. Ela iria meter-se em seu quarto para que ele fosse forçado a casar-se com ela, mas ele a expulsou, como estava planejado que Lili os encontrasse, esqueceram de avisá-la.
Alice ficou com vergonha de que alguém a visse lendo tal coisa, que abaixou mais a cabeça, e apressou-se para atravessar a rua.
Seu celular começou a vibrar constantemente, e os pop UP da mensagem apareceram no topo da tela, seus pais, novamente. Ela suspirou, mas não esperava que um carro ultrapassasse o sinal vermelho e batesse nela, ela sentiu extrema dor, seu corpo foi lançado alguns metros a frente, seu celular caiu a sua frente. Nas notificações, o nome “mãe” brilhava intensamente. Uma lágrima escorreu por seu rosto pálido e caiu no asfalto frio. Ela deseja ter sido uma boa filha, uma melhor, se ela tivesse outra chance. Teria feito aquilo que desejava, talvez este tivesse sido seu maior arrependimento, não poder ser quem realmente era, mas ainda assim, dar orgulho aos seus pais.
***
A primeira coisa que sentiu ao recobrar sua consciência, foi uma extrema dor, como se todos seus ossos estivessem se partido e reposto, a dor do crescimento da adolescência, mas, mil vezes pior.
O corpo da jovem já se mexeu, o que assustou e surpreendeu a jovem mulher que estava se ocupando da limpeza. Mas foi apenas quando a jovem na cama resmungou e levou a mão vagamente a testa que ela teve uma verdadeira reação.
— SENHORITA!
Ela correu até a jovem dama e a inspecionou, a mesma apertou os olhos, parecia não ter forças para abri-los.
— Á-água. — ela disse fracamente.
A criada apressou-se em ajudá-la a beber o líquido, que pareceu revitalizar a jovem.
— Aguarde um momento, irei chamar o médico.
Após dizer isso, saiu correndo do quarto.
Deitada na cama, Alice não entendia o que estava acontecendo, sua cabeça doía e suas memórias estavam confusas e embaralhadas.
Ao tentar abrir seus olhos novamente, sua visão embaçada lhe causava mais dor, mas aos poucos foi se acostumando.
"Jovem Senhorita." Ela se lembrava de a enfermeira ter se referido a ela assim, que hospital era aquele que seus pais a haviam internado? Era algum lugar de medicina tradicional e conservadora?
Quando as coisas começaram a se tornar mais nítidas ao seu redor, notou que a cama onde se encontrava deitada estava coberta por um dossel rosa límpido, que se encontrava atado as pilastras da cama, mas não era apenas isso, conforme seu corpo ia se adaptando ao seu despertar ela pode olhar ao redor e notou que tudo era estranho, como se estivesse em um quarto vintage em cores rosa, dourado e branco, como um quarto de princesa.
Com um pouco de esforço ela se sentou na cama. Simultaneamente, pode ouvir passos corridos se aproximarem, quando a porta se abriu ela não pode deixar de fazer uma careta, um casal estava parado ali vestindo roupas de época em estilo ocidental, coisa de século dezenove.
Eles aproximaram-se dela com cautela, mas ela ergueu uma mão, eles param, pois podia ver certa cisma e medo em seus olhos e rosto.
— Onde... onde estou e quem são vocês? Por que estão se vestindo assim? Por acaso é algum evento temático? Eu...
Antes que pudesse continuar, sua cabeça doeu, o que a fez se encolher.
A mulher, que estava petrificada com o que ela havia dito, correu até a mesma e a abraçou
— Calma, meu amor, mamãe está aqui, tenha calma
Ela disse ao abraçá-la e deslizar sua mão pela cabeça da jovem, de alguma forma aquilo havia funcionando, a dor havia passado. O abraço da mulher era tão acolhedor que Alice não desejava sair dele.
— Tudo vai ficar bem, o médico está chegando.
Disse e olhou o homem que ainda estava em pé, ambos continham um olhar preocupado.
— Angelina, tudo vai ficar bem, respire minha filha. — o homem disse, sentou-se perto das duas e pôs sua mão em cima do joelho coberto da jovem. — Você é uma Bryston, vamos cuidar de você.
Quando ele disse tais palavras, Alice não pode deixar de rir, ele não poderia estar mais errado. Ela não é Angelina Bryston, este era o nome de uma personagem do livro que Alice estava lendo. Uma personagem que morreu e teve um péssimo final, ela era Alice Maltevanrra, não Angelina Bryston.
As lembranças de seu sonho antes de acordar, vieram a sua mente. Seu sangue gelou.
"Eu não queria isso, sabia? Por algum motivo, nós duas morremos de formas tão semelhantes... Eu não posso mais voltar, mas você pode, cuide deles para mim Alice e tenha uma boa vida, prometo que farei o melhor que poder para ajudá-la, de onde estiver."
Essa fala ecoava em sua mente...
Neste momento o médico apareceu e a examinou.
A jovem continuou petrificada no mesmo lugar, sem acreditar. Ela havia morrido, uma morte trágica. Mas Angelina, a personagem cujo ela havia transmigado, havia lhe dado uma chance de viver, uma vida nova, viver seus sonhos e desejos.
Quando o médico terminou, todos saíram do quarto. Ella permaneceu em silêncio, deitada, olhando para a janela. O médico da família havia diagnosticado uma perda de memória temporária devido a queda da árvore. Todos teriam que ter paciência até que ela se recuperasse, as memórias voltariam com o tempo. Eles achavam isso, ela era a única que sabia a verdade...
Ela se levantou da cama e a passos lentos se encaminhou até o espelho mais próximo, receosa, pois não sabia como Angelina era, nunca se havia descrito sua aparência, ela era apenas uma extra, que tinha um papel definido. E se fosse feia? E se os olhos fossem muito separados? ou o nariz muito grande e se o rosto dela fosse deformado?
O jardim ainda guardava o calor do fim da tarde, mas o ar agora estava mais denso, como se algo invisível houvesse passado por ali — e permanecido.Atrás de uma trepadeira florida, quase imperceptível, Lilibeth se encolhia.Não era por acaso que estava ali.Ela vira Kelliny sair do salão do chá com o rosto mais pálido do que o normal, passos calmos demais para uma dama em paz. Havia algo na forma como ela caminhava que alertou Lilibeth.E onde havia tensão... havia segredos.Por isso, seguiu-a.E esperou.E então, Asher apareceu.Lilibeth apertou os dedos na lateral da saia.Ela já suspeitava. Já sentia algo no ar — mas ver os dois juntos a poucos metros de distância, mesmo em uma conversa breve, foi o bastante para acender um alarme dentro dela.“Ela está bem. Mais forte do que nunca, na verdade.”A voz de Asher. Firme. Orgulhosa.Lilibeth fechou os olhos por um instante. Ela conhecia aquela voz. Já a ouvira suavizada em conselhos, dura em batalhas, serena em juras de proteção à irmã
O sol da tarde atravessava os vitrais do salão leste, pintando o chão com cores suaves, como se o mundo lá fora não estivesse em colapso.O salão leste era um mundo à parte.Lá dentro, tudo reluzia — as janelas, os vestidos, os sorrisos. A luz do fim de tarde entrava pelos vitrais coloridos, manchando o mármore com tons suaves de rosa e dourado. As risadas eram contidas, melodiosas, como se cada palavra tivesse passado por um filtro de açúcar antes de ser dita.Ela só havia comparecido ao chá por obrigação.Na ponta da longa mesa ornamentada, a princesa servia chá com delicadeza estudada, cercada por damas jovens e ansiosas para dizer a coisa certa na hora certa.Kelliny Francis Kulrich ocupava um lugar discreto, mas visível. Como sempre.Ela era uma presença constante em eventos como aquele — nobre o bastante para estar à mesa, mas não tão importante para ser o centro dela. E isso era confortável. Preferia as sombras sutis aos holofotes falsos.Com os dedos delicados, girava a colher
O silêncio do quarto era sufocante.Karl estava deitado na poltrona, ainda com o rosto contraído de dor, apesar das compressas e poções aplicadas desde que fora levado de volta ao palácio. Nenhuma curandeira ousava tocar muito nas “joias reais” desde o incidente. Aparentemente, o orgulho era o órgão mais afetado.Ele apertou os olhos, lembrando da última imagem que teve dela — da noiva que antes mal ousava encará-lo, e que agora o chutara com a força de um touro enraivecido.Angelina.Não, ele pensou, ela não era mais a Angelina que ele conhecia. Aquela jovem submissa, de olhos baixos e fala doce. Agora ela falava com sarcasmo, ria de suas flores, desafiava sua autoridade... e o chutava. Literalmente.A porta se abriu, e o rei entrou sem bater. Como sempre.Karl, ainda na poltrona, endireitou-se por reflexo. Mesmo ferido, mesmo humilhado, jamais ousaria demonstrar fraqueza diante dele.Era o rei.Karl se ajeitou na poltrona, apertando os dentes para não demonstrar o desconforto físico
“Sempre desconfiei que Asher fosse adotado, dentre todos os membros da família Bryston que eu pude conhecer, ele e Luke eram tão diferentes, mas a verdade era inevitável, a adotada talvez fosse eu, quer dizer, Angelina” Alice, como Angelina questionava seriamente o seu “irmão”, ele era grande mas não muito inteligente ou talvez ele fosse muito inteligente mas gostasse de fazer cena, ela ainda tentava descobrir. Enquanto a carruagem se distanciava da residência da família da jovem e entrava em outro terreno ela suspirou, ainda tentando digerir todos os acontecimentos, não sabia como havia chegado a tal situação. A não morte dela no acidente causou um efeito borboleta, a história havia desandado. — Senhorita, soube que sua alteza tem estado trancado em seu quarto e não recebe visitas, se recusa a comparecer a qualquer evento que seja. Ela já sabia disso, essa poderia ser dita como a vantagem de ter ao seu lado um grêmio de informações, já h
— Minha noiva eu… — Guarde uma coisa nessa sua cabeça. — ela o olhava com ódio — Não sou e nunca serei sua, Alteza! — Angelina, por favor, não faça isso conosco. — ele se adiantou e a segurou em seus braços a abraçando, ela se contorceu tentando sair — Eu te amo, você sabe disso, melhor que ninguém jamais será capaz de ocupar seu lugar em meu coração. — ela parou e ele viu que ela estava mais alma. “Palavras doces.” — seu pai dissera uma vez. — “Isso será capaz de acalmar até as mais bravas e valentes mulheres.” Ela tentou se afastar um pouco e ele permitiu, mas não permitindo que ela fosse muito longe de seu alcance. Ela ergueu a cabeça e ele pode ver, pela primeira vez que os olhos antes opacos, sem vida e resignados, aqueles olhos que o fizeram implorar ao pai quando pequeno que o noiva-se com a jovem, ardiam, cardiam com intenso fogo, como se
“A vida é feita de escolhas e eu acredito que em algum momento eu devo ter escolhido o que estou passando hoje, pois não era possível que alguém poderia não passar para a paz eterna e ter que aturar uma vida conturbada. Senhor, se em algum momento eu reclamei da minha, me perdoe, mas não foi isso que pedi não.” Angelina pensou com um suspiro.Ela esperou.Após a conversa com o grã-duque, ela realmente esperou, mas ele não veio, ela não o viu ou sentiu sua sombra, e isso tinha dois dias, ela estava ansiosa.Enquanto isso, Asher estava de volta, quando seus pais o questionaram sobre o motivo, ele apenas informou que estava ali a mando do senhor Norte, O salafrário, como sua irmã se referia a ele agora, servia ao templo, mas continuava a obedecer ao duque, o motivo era simples, todos aquele mandados ao Norte, mesmo sob o tí
Último capítulo