Marina
Assim que Santino termina de jantar, ele se levanta, com aquele jeito seco, controlado até demais, e simplesmente diz:
—Com licença — e sai.
O som da cadeira arrastando no chão é quase tão incômodo quanto o silêncio que ele deixa no ar.
Lola me olha. E... ah, como ela me olha. Aquele olhar de puro desgosto, de reprovação, misturado com uma ponta de pena... de quem já viu isso antes, de quem conhece aquele homem melhor do que eu jamais poderei entender.
Respiro fundo, cruzo os braços sobre a mesa, tento manter minha voz sob controle.
—Lola... juro que eu tento. — Olho para ela, pedindo socorro —Juro. Eu tento entender Santino, mas... está difícil. Está muito difícil. Você, que o conhece mais do que qualquer pessoa... pode, por favor, me dar uma luz?
Ela me observa, seus olhos ficam mais suaves, mais maternos. Então segura minha mão sobre a mesa, apertando de leve, e sua voz vem... carregada de tristeza.
—Santino... — respira fundo —... Santino foi... quebrado, querida. Hoje... e