Santino
Eu ajudo meu pai a se deitar na cama. Depois de cobri-lo, me sento ao lado, o encaro sério.
— O que você e Marina conversaram?
Ele sorri de canto.
— Está preocupado?
Evito o rosto doce dele e me levanto, tenso, nervoso.
— Pai, você não ia fazer o que eu estou pensando... Você não abriu nada pra ela, abriu?
— Você foi salvo pelo gongo.
Fico tenso. Limpo a garganta, tentando parecer mais firme do que me sinto.
— Pai, eu não quero que você diga nada à Marina. Nada sobre... o nosso passado.
Ele me olha com tristeza.
— Filho… me desculpe, mas hoje vejo o quanto erramos em aceitar tudo isso.
Endureço sob o olhar fixo dele.
— Pai. Deixe as coisas como estão...
— Santino. Você está sofrendo com tudo isso, meu filho.
— Isso é um problema meu!
— E o que está esperando? A minha morte pra fugir de novo?
Me sento ao lado dele, seguro as mãos frias.
— Pai, não fala assim, por favor. — Peço, com tristeza que não consigo disfarçar.
— Como não?
— Pai, o senhor está sendo impulsivo. Não aja pre