Santino
Eu não consigo evitar as lágrimas. A simples possibilidade de perder meu pai teria sido um golpe devastador, esmagador, talvez irreversível para todos nós... para mim, sobretudo. Sinto meu peito apertar como se uma mão invisível pressionasse com força contra meu coração. Puxo o ar com dificuldade, lutando contra aquele nó sufocante que se forma na minha garganta. Tento me recompor, tento me manter firme, mas é inútil... Eu não queria, de verdade, não queria estar assim, tão visivelmente abalado, na frente dele. Contudo, não há nada que eu possa fazer para impedir.
Engulo em seco. Meus olhos buscam os olhos dele, aqueles olhos negros que tantas vezes me guiaram na vida, que me ensinaram tanto. Minhas pernas fraquejam, me traem, então, sem escolha, me sento na beirada da cama, porque, honestamente, não sei se seria capaz de me manter de pé por muito tempo.
—Filho... eu estou bem. —A voz dele soa rouca, fraca, mas determinada, como se quisesse me convencer, como se quisesse, mais