Continuando...
Escuto os saltos de Rebecca se aproximando, mas nem me viro. Meus olhos estão presos nos dele.
Rebecca chega, sorrindo, e segura o braço de Santino com aquela intimidade desnecessária.
—Vamos! Estamos morrendo de fome! — diz, toda simpática.
Viro o rosto para ela, séria, e meus olhos praticamente gritam: “Some daqui.”
Ela percebe. Oh, sim, percebe.
Estuda meu rosto, claramente tentando entender o que está acontecendo, e se afasta, meio desconfiada.
Aproveito esse segundo de espaço e me encho de coragem. Ergo o queixo, firmo os pés no chão e, com o coração disparado, volto a encarar Santino.
—Por que você quer saber? — repito, e minha voz... bom, minha voz carrega todo o turbilhão que está me destruindo por dentro.
Ele dá um passo. Um único passo.
Mas é suficiente para que fiquemos a meros centímetros um do outro.
Seus olhos negros, tão intensos, tão febris, tão... famintos, se cravam nos meus.
E, de repente...
O mundo some.
O tempo some.
O espaço... desaparece.
Toda a raiva. Toda a fr