Já era quase seis horas da tarde e o CEO ainda estava no escritório, com o olhar perdido no horizonte escuro da janela. O vidro refletia apenas a sombra de quem ele era agora: um homem cercado por sombras e perigos. O silêncio foi interrompido por um som seco: o clique da porta sendo trancada. Victor enrijeceu.
Passos ecoaram pelo chão, lentamente. Aquele perfume invadiu o ambiente, familiar demais para ser ignorado, inoportuno para ser casual. Inconfundível, feito de lembranças e uma pitada de provocação. Virou-se devagar.
Das sombras, surgiu, o rosto parcialmente iluminado pelo brilho urbano que filtrava pelas janelas.
Sem dizer uma única palavra, ela atravessou a sala. Atirou documentos sobre a mesa, as folhas espalhando-se como cartas de um baralho. Continuou se aproximando até o encurralar contra a parede, o olhar dela cravado nele com a precisão.
— O que houve? — perguntou ele, a voz tensa. — Para onde você foi que não deu notícias?
Valentina inclinou-se ainda mais, seu rosto a