Valentina saiu da sala da diretoria com a cabeça erguida, o olhar firme e uma mistura de dor e alívio transbordando pelo corpo inteiro. Então, ajeitou a bolsa no ombro e, antes mesmo de alcançar a porta, o celular vibrou. Fingiu que não viu. Nem sentiu.
Atravessou a recepção ignorando os olhares curiosos, os cochichos disfarçados, os sorrisos que tentavam soar simpáticos. O peito ardia. Queria chorar. Queria gritar. Mas não podia. Precisava se manter firme.
No estacionamento, apertou o controle para destravar o carro. O celular vibrou novamente, insistente. Olhou o visor. “Mãe”. Suspirou fundo, antes de atender.
— Filha, onde você está? — Perguntou, no tom elegante de sempre. — Venha logo, temos que agilizar. Só está faltando você.
— Calma, mãe. Estou saindo da empresa. Chego já ai… — respondeu, tentando soar natural, embora sua mente ainda fosse um turbilhão.
— Olha… por aqui só se fala da sua festa. Está todo mundo comentando. Com certeza, vai ser o evento do ano! — Completou, com c