A água escorria em fios dourados pelo corpo de Valentina, a névoa do banheiro embaçando os contornos de seu reflexo no espelho de mármore. Seus dedos afundaram nos próprios ombros, marcando a pele alva enquanto revivia cada momento do iate.
Victor dividido. Ruth abalada. Ela, radiante.
Mas, apesar da vitória silenciosa, ainda não estava pronta para a catada final. Ainda não. Ela ainda queria se divertir mais, saborear o controle, como quem degusta lentamente um cálice de vinho. A adrenalina de manter tudo do seu jeito — o charme da conquista, os jogos de influência e poder — era mais prazerosa do que o próprio desfecho.
O celular vibrou sobre a bancada de ônix. Uma mensagem de Carlito:
"Precisamos te mostrar os planos para a sua festa. Na minha casa, às 21h".
Valentina sorriu, enrolando a toalha em torno do corpo ainda úmido. Apagando as gotas do espelho embaçado com a palma da mão. Seu reflexo a devolvia: cabelos sedosos e molhados, olhos afiados como vidro quebrado, a marca de Victo