O silêncio era ensurdecedor. Mesmo rodeado pela natureza do chalé, pelas árvores altas e o som distante do lago batendo contra as pedras, dentro de mim, tudo era caos. Eu me sentei na cadeira de couro em meu escritório improvisado como um gabinete no chalé e encarei o vazio, sentindo as vozes retornarem.
— “Você é um covarde, Brandon.”
A voz grave e zombeteira sussurrou em minha mente, com o tom de quem saboreia minha dor.
— “Deixou ela ir. Deixou ela ir... com o seu filho no ventre.”
Eu fechei os olhos. Era verdade. Deixei Naira partir. Abri mão da única coisa que fazia meu mundo ter cor, som, sentido.
— “Isso não foi amor, foi fraqueza.” — Continuou a voz.
— Calem a boca. — murmurei, rangendo os dentes — Eu sei o que estou fazendo.
— “Sabe? Então por que está tremendo? Por que não a seguiu? Por que não a algemou na cama e a fez te amar à força como sempre fez?”
— Porque ela precisa voltar por escolha. Porque agora temos um laço eterno... nosso filho.
As vozes riram, um coro sombrio