O chalé era perfeito. Longe de tudo, cercado por árvores tão altas que tocavam o céu. Um lago cristalino refletia a luz do sol, como se a natureza quisesse nos abençoar. Escolhi esse lugar para recomeçar. Para fazer Naira esquecer. Apagar as mentiras e cicatrizes. Eu a levaria de volta para mim, por bem ou por amor.

Ela estava pálida quando chegamos. A desconfiança ainda brilhava nos olhos dela, mas eu estava decidido. As flores favoritas dela, mesmo que ela não se lembrasse de gostar delas, estavam espalhadas pela sala. Preparei todas as refeições, organizei os livros antigos que ela costumava folhear sem saber por que sentia afinidade com poesia, deixei velas perfumadas no banheiro, preparei banhos quentes com espuma e massagens nos pés.

Durante os dias seguintes, fui paciente. Cuidadoso. Toques leves no ombro, beijos na testa, conversas calmas. Cozinhei para ela, servi vinho, fiz piqueniques perto do lago. Naira ria às vezes. Pouco, mas ria. E quando ela ria, eu sentia que ainda ha