Dez anos depois...
Lucila
A manhã de primavera morna começou com uma leve brisa. A mulher pequena, delicada, com um vestido branco florido, esvoaçante, se sentou na cadeira de vime do jardim da enorme mansão.
Lucila Drumond Darius, era a senhora de uma casa onde deveria haver sorrisos e gritos infantis, mas os ecos do silêncio eram sua única companhia. Aos vinte e quatro anos, ela era formada em artes plásticas e agora coordenava o Instituto Mãos Ativas. Esse se tornou sua válvula de escape para todo o abandono e solidão.
Trabalhar cercada de crianças era o seu único prazer nos dias atuais. Elas arrancavam sorrisos dela, mesmo nos dias mais difíceis, quando seu coração afundava no vazio.
As únicas pessoas que sabiam de seu destino cruel e infeliz, eram suas cunhadas. Primeiro foi Amélia que soube de sua situação degradante, naquele dia horrível quando Vitório saiu de casa, e ela desmoronou. Um tempo depois Sam chegou na família, uma mulher forte e determinada que dobrou Alberto como