O corredor se tornou uma longa e perigosa ponte para Lucila. Eram só três a quatro passos, no máximo, mas para ela, aquilo pareceu ter quilômetros.
Ela olhou para a porta fechada, e pensou em como se comunicaria com ele. Mordeu os lábios de frustração, seria preciso o celular até nesse momento para dizer o que ela queria?
Não. Se recusava a levar o aparelho e parecer ainda mais incapaz do que já se sentia.
Fechou os olhos por alguns instantes e deu seu salto de fé para fora do quarto. Suas pernas tremiam incontrolavelmente, quando ela finalmente bateu na porta. O som de alguém se movendo sobre o chão de madeira veio de lá de dentro, em seguida, uma resposta.
- Entre.
Suas mãos úmidas e gélidas giraram a maçaneta, e a porta cedeu com um ranger suave. Lucila adentrou o quarto pouco iluminado, com o cheiro forte de Bourbon e charuto caro prevalecendo como uma nuvem espessa.
Vitório estava de pé, próximo a janela que dava em uma pequena sacada para a face externa da villa. Lucila fecho