Quando o som dos passos infantis desapareceu, Vitório cruzou os braços e encarou Rodolfo com intensidade.
— Agora você vai me dizer o que diabos está acontecendo aqui.
Mas Rodolfo não respondeu.
Em vez disso, olhou fixamente para a escada, uma escadaria imensa em formato de caracol renascentista, totalmente esculpida em madeira nobre, com corrimão entalhado à mão por artesãos italianos.
— Por favor, senhor… — a voz dele soou grave, quase rouca. — Acompanhe-me até a suíte principal.
A tensão no ar aumentou de forma quase palpável.
Vitório franziu o cenho.
— A suíte principal? — sua voz saiu firme, incredulamente baixa. — Por que diabos subiremos até lá? Rodolfo, se há um problema com estrutura, segurança, infiltração, ou mesmo quebra de protocolo, resolvemos no escritório. Não no…
— Não é algo que eu possa descrever, senhor — o mordomo interrompeu, com um tremor súbito nas palavras. — É algo que… preciso mostrar.
Mostrar, não dizer. “Que porra deu nesse velho, hoje?!”
Os instintos de V