A estrada sinuosa que levava até a Mansão Darius parecia diferente naquela manhã. O céu estava coberto por nuvens densas, um cinza metálico que dava à paisagem um ar de antecipação taciturna, como se até o clima soubesse que algo estava prestes a acontecer.
Vitório dirigia em silêncio, mantendo uma das mãos firmes no volante enquanto, no banco traseiro, Olavo observava tudo pela janela, com os olhos cheios de curiosidade. O menino balançava os pés no ar, cantarolando baixinho uma música de desenho animado, completamente alheio aos nós que se formavam no estômago do pai.
Não era nada claro ou moldado, se tratava de um pressentimento que se infiltrava sob a pele e enrijecia os ombros.
Quando finalmente passaram pelos portões imponentes, portões altos de ferro trabalhado com o brasão da família Darius em relevo, ladeados por estátuas de mármore importado, Vitório sentiu uma sensação apertar seu peito, ao ver que o caminho de pedras claras parecia… vazio.
Nenhum jardineiro, nenhum seguran