A notícia da melhora de Bê não curou a ferida de Isis, mas a cauterizou. O sangramento estancou. No lugar da dor paralisante que a consumia, algo novo, frio e cortante começou a tomar forma. Era um silêncio perigoso. Uma calma que precede o furacão. O luto não foi embora; ele apenas mudou de forma, transformando-se de um peso morto numa armadura de gelo.
Ela se levantou do canto escuro do QG. Os olhos, antes vazios, agora continham uma escuridão diferente. Uma escuridão com um propósito.
— Chega de choro. — A sua voz soou pela sala, baixa, mas com um peso que fez todos se calarem. Corvo, Zóio e Neumitcha a encararam. — Ninguém mais vai derramar uma lágrima por eles. Agora, a gente vai fazer eles chorarem. Sangue.
Corvo se aproximou.
— Isis, a gente precisa de um tempo. Reagrupar.
— A gente não tem tempo, Corvo! — ela o cortou, a voz a subir uma oitava, vibrando com uma energia feroz. — Enquanto a gente "reagrupa", o Torres está a torturar o Theo, ou a esconder o corpo dele! Enqua