Dessa vez, Mook chegou com menos marra e mais intenção. Mas é claro que a fachada dele não permitia suavidade. Ele empinou o queixo, colocou os óculos escuros, ajustou o boné pra trás e entrou na ONG como se fosse dono do lugar.
— E aí, cadê o povo com talento? Vim ver se tem curso novo. — disse, alto, só pra causar.
Yasmin arregalou os olhos do outro lado do pátio.
— De novo esse embuste? — murmurou pra Gelo.
— Alguém avisa pra ele que aqui não é reality show. — retrucou Gelo.
Pavio bufou, já se preparando pra levantar.
Mas Mook não estava ali pra treta. Pelo menos não daquela.
Ele caminhou com olhar atento até ver Neumitcha passando com uma prancheta. Parou bem na frente dela.
— Preciso falar contigo.
Neumitcha franziu o cenho.
— Mook, né? O que foi agora? Quer aula de maquiagem ou vai pedir perdão em forma de funk?
Ele respirou fundo.
— O Theo mandou. Disse que podia confiar em você.
A prancheta quase caiu da mão dela.
— Ele tá vivo? — a voz saiu num sus