A Promessa da Cigana e do Dom
A noite na Sicília estava silenciosa, quase solene, como se até os ventos soubessem que algo havia terminado no México. O cheiro da maresia chegava suave até a grande casa de Don Vitório, misturando-se com o perfume das flores que ainda decoravam o jardim desde o casamento cigano. A lua lançava sua claridade sobre a capela no terreno, agora apagada, guardando as memórias da celebração.Vitório despertou de súbito, acostumado a ter o sono leve, como o de um guerreiro. Virou-se na cama e encontrou Sara, sua cigana, com os olhos abertos e marejados, encarando o teto. Ele se ergueu sobre um cotovelo, observando-a.— O que aconteceu, minha cigana? — sua voz soou grave, arrastada, mas cheia de preocupação.Sara respirou fundo, como quem carregava um peso maior do que as próprias forças, e respondeu com firmeza:— Incendiaram a mansão de Rivera… mataram todos. Mas disseram que os ciganos ainda estão vivos, porque os ciga