— Bençãos, promessas e dois corações por vez
O sol mal havia tocado os telhados quando os portões da propriedade se abriram. Enzo chegou cedo, impecável, mas com a ansiedade de quem traz um mundo dentro do peito. Ao seu lado, de vestido simples e mãos entrelaçadas na barriga já arredondada, vinha Paola — olhos atentos, passos firmes, delicadeza de quem conhece a própria força.No átrio, Don Vitório os aguardava com Sara. Havia no ar o perfume da manhã e o rumor distante das caravanas, como se a terra inteira respirasse em compasso com aquela casa.— Don — Enzo começou, com respeito e brilho nos olhos. — Esta é Paola, minha noiva. Vim pedir sua benção. — Olhou para a jovem e sorriu. — Nós… queremos um casamento cigano. Ela me confessou que tem sangue cigano. Depois, faremos o nosso no civil e religioso.Vitório fitou Paola com atenção silenciosa. Havia firmeza naquela moça. Voltou-se a Sara, buscando nela a bússola que não falhava. A cigana pousou