SOFIA
Com Enzo nos meus braços, tranquilo, de fralda trocada e barriguinha cheia, deixo meu corpo relaxar por um instante. Mas é só fechar os olhos que ele vem. Eduardo. O nome dele pulsa na minha mente como uma batida suave, mas constante. Consigo sentir o toque dos seus lábios nos meus, como se ainda estivesse acontecendo. Macios, firmes, intensos. Um beijo que mexeu comigo de um jeito que eu não esperava, que eu nem queria... mas desejei com cada parte de mim.
Minha vida nunca foi fácil. Carrego cicatrizes que ninguém vê, lembranças que ainda doem, escolhas que me moldaram. Sempre precisei ser forte, manter o controle, seguir em frente mesmo com o coração aos pedaços. E agora, justo agora, me encontro envolvida por algo que não consigo explicar. Me vejo apaixonada — sim, apaixonada — por um homem que representa tudo o que eu sempre mantive à distância: poder, frieza, controle. Mas Eduardo... ele não é só isso. Por trás da armadura dele, eu vejo dor. Eu vejo solidão. Eu vejo um pai