EDUARDO
A porta daquele lugar bateu atrás de nós com um estrondo seco, mas o som não ficou lá. Ele se arrastou dentro de mim, vibrando nas paredes da minha mente como um lembrete cruel: isso não acabou. Era mais que raiva pulsando nas minhas veias. Era um tipo de fúria primitiva, misturada com medo e amor. Um alerta instintivo de que, se eu não fizesse alguma coisa agora, perderia tudo.
— Precisamos agir — murmurei, abrindo a porta do carro pra Sofia com as mãos tremendo levemente. — Antes que ele transforme a nossa vida num inferno sem saída.
Ela entrou rápido, mas antes que eu fechasse a porta, sua mão agarrou a minha. Forte. Determinada. Era como se dissesse sem palavras: não me deixa de fora disso. E eu não deixaria. Ela era minha parceira. Meu coração.
— O que você vai fazer? — ela perguntou, com os olhos fixos nos meus. Não havia julgamento neles. Só preocupação. Confiança misturada com medo.
Suspirei. O ar parecia denso demais, como se estivesse tentando engolir um veneno.
— O