EDUARDO
O tribunal estava tomado por uma tensão que dava pra cortar no ar. As luzes pareciam mais fortes, os flashes das câmeras pipocavam como tiros de alerta. Os corredores estavam abarrotados de jornalistas, curiosos, rostos indignados — todos esperando o espetáculo de um império ruindo.
Victor entrou algemado, escoltado por dois agentes federais. Mesmo vestido em terno caro, agora amarrotado, e tentando sustentar o que restava da sua altivez, era impossível ignorar: ele parecia menor. Um gigante que enfim sangrava.
Sentei na primeira fileira, com Sofia ao meu lado. Ela segurava minha mão com força, os dedos entrelaçados como uma âncora. Como um juramento silencioso de que estávamos juntos até o fim.
— Ele vai tentar distorcer tudo — murmurei, sem desviar os olhos de Victor.
— E a gente vai mostrar que a verdade é mais forte — ela respondeu, com a voz firme, carregada de tudo que a gente sobreviveu até aqui.
O juiz entrou. Um silêncio quase sagrado tomou conta da sala. Todos se lev