Pov Isadora
Um arrepio percorreu minha espinha, mas não foi só do vento frio da madrugada que invadia a varanda. Foi daquele sussurro, daquela promessa na voz rouca do Dante. "Só deixa eu te amar direito dessa vez."
Antes que eu pudesse formular um pensamento, seus braços, firmes e seguros, me ergueram do chão. Um suspiro de surpresa escapou dos meus lábios, ainda formigando com a marca dele.
"Dante…" foi o único protesto fraco que consegui emitir. Ele não respondeu com palavras. Apenas encostou sua testa na minha, num gesto de uma intimidade que cortou o resto do mundo.
Ele me carregou com uma facilidade que me fez sentir ao mesmo tempo frágil e preciosa. Meus braços se enrolaram automaticamente em torno do seu pescoço, sentindo os músculos tensos sob a pele. Ele me apoiou contra a parede fria de vidro da varanda, longe da vista do quarto onde nossa filha dormia um sono profundo e inocente. A cidade lá embaixo era um tapete de luzes cintilantes e silenciosas, testemunha muda do noss