O silêncio do banheiro era pesado, quase sufocante. Lívia segurava o teste de gravidez com tanta força que seus dedos começaram a doer, mas ela não conseguia soltar. Seus olhos estavam fixos naquele pequeno objeto de plástico como se, ao encará-lo por tempo suficiente, pudesse mudar o resultado. Seu coração batia acelerado, ecoando nos ouvidos, enquanto uma sensação gelada percorria sua espinha. Duas linhas. Ela piscou várias vezes, respirou fundo, aproximou o teste do rosto e depois o afastou novamente. Não havia dúvida. As duas linhas continuavam ali, firmes, inegáveis.— Não… — murmurou, com a voz trêmula. Suas pernas falharam, e ela se deixou escorregar até sentar no chão frio do banheiro. Encostou as costas na parede, abraçando os próprios joelhos, como se aquele gesto pudesse protegê-la da avalanche de pensamentos que invadia sua mente. Não podia ser verdade. Lívia tinha feito as contas. Ou pelo menos achava que tinha feito. Sempre foi cuidadosa, sempre
Ler mais