Os dias em Puerto Nuvem avançaram como ondas que chegam lentas, mas carregadas de profundidade.Havenna começou a perceber uma nova rotina se formando, uma que ela não havia planejado, mas que, pouco a pouco, foi envolvendo cada pedaço de sua vida na cidade.As manhãs eram ocupadas com reuniões, visitas técnicas e longas caminhadas pela Praia Norte, onde o vento parecia sempre trazer algo que ela não sabia nomear.As tardes, porém, pertenciam às companhias que, sem que ela percebesse, estavam se tornando parte essencial do seu retorno: Lívia e Amália.Entre risos e cautelas. As três estavam sempre juntas. Era comum vê-las sentadas no Café do Farol, dividindo xícaras e histórias.Lívia falava com entusiasmo sobre o projeto da comunidade costeira, gesticulando com brilho nos olhos; Amália contava casos da cidade, exagerando no tom dramático só para fazê-las rir e Havenna ouvia, observava, absorvia, como se tentasse reconstruir cada camada da vida que deixara para trás.Com o tempo, perc
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