O som insistente do despertador rasgou o quarto apertado e abafado, arrancando Helena de um sono que parecia ter durado apenas alguns segundos. Ela piscou várias vezes, tentando lembrar onde estava; o cérebro ainda pesado depois de passar a madrugada estudando para a última prova do semestre.— Merda… — murmurou ao conferir a hora. Justo hoje. A entrevista.Levantou num salto, tropeçando nos cadernos espalhados pelo chão, atravessou o corredor minúsculo e acendeu a luz fraca do banheiro. O espelho devolveu sua imagem — e, como sempre, ela demorou um instante para reconhecê-la.Helena Marlow tinha 22 anos, pele clara com brilho suave mesmo sob olheiras teimosas, e olhos castanhos grandes demais para esconder o que sentia. O cabelo castanho-escuro caía até metade das costas, espesso e ondulado, naquele momento preso em um rabo baixo e apressado, com algumas mechas soltas emoldurando o rosto. Era pequena, pouco mais de 1,63m, corpo delicado e curvas sutis; uma beleza silenciosa, que se n
Ler mais