A madrugada sempre foi o momento preferido de Nicholas.Não pelo silêncio, mas pela ausência de interferências. Era a única hora em que o mundo parecia não exigir nada dele — nem respostas, nem controle, nem perfeição.O vidro panorâmico de seu escritório refletia o céu de São Paulo como um espelho noturno. As luzes da cidade piscavam lá embaixo, distantes, pequenas demais para alguém como ele, acostumado a observar o mundo de cima. O escritório, minimalista e frio, era quase uma extensão de sua mente: impecável, organizado, mas solitário.Na mesa, o monitor exibia a tela inicial do Projeto SoulSync, a IA mais ambiciosa que ele já criara — e, ironicamente, a mais pessoal. Um algoritmo capaz de cruzar dados emocionais, padrões mentais e traços comportamentais para encontrar o par perfeito de qualquer pessoa.Nicholas costumava dizer que o amor era apenas uma equação biológica, previsível, codificável.Mas, por dentro, ele nunca acreditou realmente nisso.Ainda assim, era o tipo de ment
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