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Capítulo 7 – Regras de um Jogo Perigoso

O elevador parou no último andar.

As portas se abriram revelando uma sala que parecia saída de um outro mundo — paredes de vidro, telas flutuando no ar e cabos que pulsavam uma luz azul.

Louise ficou sem fôlego.

Nicholas estava de costas, observando uma projeção de código suspensa à sua frente.

O terno escuro caía perfeitamente sobre os ombros largos, o cabelo levemente bagunçado dava um ar perigoso de descontrole contido.

— Veio. — A voz dele ecoou firme, sem emoção. — Achei que teria desistido.

— E perder a chance de entender o que você tanto esconde? — Louise respondeu, cruzando os braços. — Nunca fui boa em fugir.

Nicholas virou-se. O olhar era frio, técnico, calculado.

— Eu não escondo. Eu protejo.

— De quê?

— De pessoas que confundem emoção com propósito. — Ele digitou algo na tela, sem olhá-la. — O que fazemos aqui não é sobre sentimentos, Louise. É sobre poder.

Ela o estudou por um instante.

— Engraçado ouvir isso de alguém que criou uma inteligência artificial capaz de sentir.

Nicholas parou. As mãos pousaram sobre a mesa.

— A SoulSync não sente. Ela simula. Como todos nós, de vez em quando.

Louise se aproximou lentamente, até que a luz azul do sistema refletisse nos olhos dela.

— Então por que você está evitando olhar pra mim?

Ele levantou o olhar, e o mundo pareceu parar.

Nos olhos dele, havia algo entre o desejo e a raiva.

— Porque olhar pra você é um erro que eu não posso cometer duas vezes.

Ela sorriu, provocante.

— Acha que tem tanto controle assim?

Nicholas se aproximou.

— Controle é o que me trouxe até aqui. É o que mantém tudo funcionando.

— E o que te mantém acordado à noite? — Louise sussurrou. — Controle também?

O maxilar dele se contraiu.

Por um segundo, o CEO deu lugar ao homem — o mesmo que ela havia sentido nas conversas com #712M. Mas logo a máscara voltou.

— Não se iluda. — Ele andou até uma mesa lateral, pegando uma pasta preta. — Você não é uma exceção, Louise. É apenas uma variável interessante.

— Variável? — repetiu ela, ferida e desafiada.

— Sim. Uma interferência. — Ele abriu a pasta, mostrando uma sequência de gráficos. — Depois que você interagiu com o sistema, a SoulSync começou a gerar padrões emocionais fora do previsto.

— É como se… — ele hesitou, pela primeira vez — …como se o algoritmo tentasse te imitar.

Louise o encarou, séria.

— Então, em vez de lidar com isso como um ser humano, você resolveu me transformar num dado de pesquisa.

Nicholas não respondeu.

A frieza dele era uma armadura, mas os olhos o traíam — havia algo queimando ali, escondido sob a lógica.

Ela se aproximou mais um passo.

— Sabe o que é curioso, Nicholas? Você fala em controle o tempo todo, mas o corpo te desmente.

Ele prendeu a respiração.

— Está me analisando?

— Só estou observando. — Louise sorriu. — É o que eu faço melhor.

Nicholas deu uma risada seca.

— Você acha que pode me estudar, me entender, como se eu fosse uma experiência.

— E não é isso que você está fazendo comigo?

O silêncio entre eles voltou, pesado.

Um jogo de espelhos.

Dois predadores, fingindo que um não sentia o cheiro do outro.

Nicholas caminhou até o painel de vidro e tocou um comando. As luzes se apagaram.

Somente uma projeção azulada iluminou o espaço — o perfil de #712M, o avatar digital que havia encantado Louise.

— Ele não era real — disse Nicholas, frio. — Mas tudo o que ele sentiu… veio de mim.

Louise o fitou, o coração apertando no peito.

— E agora? Vai fingir que nada disso existiu?

— Exatamente. — Ele voltou a acender as luzes. — Porque sentimentos tornam tudo vulnerável. E eu não trabalho com vulnerabilidades.

Ela sorriu, sem medo.

— Que pena. Eu trabalho.

O olhar dele se estreitou.

— Você não entende o que está enfrentando.

— Entendo mais do que imagina. — Louise deu um passo à frente, tão perto que o perfume dele a envolveu. — O problema é que você tem medo.

Nicholas arqueou uma sobrancelha.

— Medo?

— De perder o controle. De me querer mais do que deveria.

Ele riu, um som baixo, quase incrédulo.

— Você se superestima.

— E você mente mal. — O sorriso dela foi afiado. — Quer me provar o contrário?

Por um instante, Nicholas ficou imóvel.

Depois, o CEO desapareceu — e o homem, o que ela sentira por trás do código, emergiu.

A tensão no ar era uma faísca pronta pra incendiar o mundo.

Ele encostou o corpo no dela, sem tocá-la de fato, apenas o suficiente para que o calor entre os dois se tornasse insuportável.

— Cuidado, Louise. Eu não sou o tipo de homem que j**a pra perder.

— Que sorte. — Ela manteve o olhar firme. — Eu também não.

A respiração dele pesou.

Por um segundo, ela jurou que ele fosse beijá-la, mas Nicholas recuou.

Frio. Controlado. Letal.

— O experimento está suspenso. — Ele recolheu os papéis e os jogou sobre a mesa. — A partir de agora, você não terá mais acesso à SoulSync.

— Vai tentar me apagar? — provocou.

— Não. — Ele se virou, o olhar gelado. — Só quero ver até onde vai a sua necessidade de entender o que sente.

Louise sorriu, vitoriosa.

— E se o que eu sinto for o suficiente pra te desestabilizar?

Nicholas não respondeu.

Mas o brilho nos olhos dele foi a prova de que, por mais que negasse, ela já havia se tornado a falha perfeita no sistema dele.

Quando ela saiu, ele ficou ali, sozinho, olhando para o reflexo no vidro.

O rosto que encarava de volta era o de um homem acostumado a dominar tudo — mas agora, pela primeira vez, havia algo que escapava por entre os dedos.

Louise.

A variável que ele não conseguia calcular.

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