Os dias seguintes à distância de Nicholas pareciam arrastados, como se o tempo tivesse se tornado propositalmente cruel.
Louise tentava se convencer de que não sentia falta dele.
De que aquilo tudo — o olhar firme, as provocações veladas, o perigo escondido na voz — não passava de uma fase.
Mas, toda vez que o via passando pelo corredor da SoulSync, o estômago se contraía, e o coração traía o discurso racional que ela ensaiava todas as manhãs diante do espelho.
Nicholas, por sua vez, era agora o retrato da frieza.
Reunia-se com as equipes, dava ordens, mantinha o tom cortante e impessoal.
Nem um olhar. Nem uma palavra fora do necessário.
Ele havia erguido um muro entre eles — e o pior é que Louise não sabia se queria derrubá-lo ou aprender a subir por cima.
— Ele não é o único homem do planeta, Louise. —
A voz veio acompanhada de um sorriso familiar.
Ela se virou e quase deixou cair os papéis que segurava.
— Ethan? —
O homem à sua frente era uma lembrança viva de um tempo mais leve.
O