Aquela semana parecia não ter fim. Adriano saía cedo e voltava tarde, cada vez mais absorto em papéis, números e nomes que para Helena já soavam como um idioma distante. Ela tentava manter a rotina: o trabalho na filial, as consultas médicas, a casa, Lucas, o bebê que crescia rápido — mas, por dentro, a preocupação a corroía. Certa manhã, ao chegar em casa para o almoço, ela percebeu algo fora do lugar. A pasta preta de Adriano, aquela que ele nunca deixava no escritório, estava sobre a mesa da sala, meio aberta, com alguns papéis escapando pelas bordas. — Ele deve ter esquecido… — murmurou para si mesma. Por um instante, hesitou. Não queria invadir a privacidade dele, ainda mais sabendo o quanto o caso era delicado. Mas a curiosidade — e o medo — falaram mais alto. Helena puxou os papéis devagar. E o que viu fez o estômago revirar. Entre relatórios e cópias de contratos, havia uma lista impressa com o título: “Pagamentos – Fornecedores Filial Sul”. Na tercei
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