Ao entrar no táxi, Bok-hee começou a chorar silenciosamente. Suas mãos tremiam enquanto segurava a alça da bolsa, e seus olhos se perderam no reflexo escuro da janela, onde apenas as luzes de Seul cortavam o breu da noite.Perante as pessoas, ela sorria. Fazia-se elegante, controlada, segura — como sempre fora desde jovem. Mas por dentro, sentia-se despedaçada. O desaparecimento repentino de Bong, seu antigo amor, agora seu amante secreto, era como um corte aberto que não parava de sangrar.Haviam reatado há alguns meses, discretamente. O reencontro aconteceu por acaso. O carinho entre eles, que o tempo tentou matar, ainda estava lá, adormecido sob as ruínas da vida que escolheram viver separados.Decidiram manter tudo em segredo. Bok-hee sabia que, se Tae-ho descobrisse, explodiria. A filha a culpava por tudo: por tê-la forçado a viver como homem durante anos, por ter criado aquela mentira absurda só para provar ao mundo que "poderia ter um filho perfeito", mesmo sendo uma mulher. E
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