(Visão de Eduardo)Acordei naquela manhã com uma mistura de exaustão e expectativa que eu nunca tinha sentido antes. Cada músculo do meu corpo parecia cansado, mas meu coração disparava como se tivesse corrido uma maratona. Lua estava finalmente fora de perigo, a bebê estava viva, e a sensação de que tínhamos sobrevivido ao pior ainda não conseguia se traduzir em palavras.Quando entrei no quarto do hospital, senti uma presença familiar: minha mãe, Helena, e Laura, a vó de Lua. Elas vieram correndo, os olhos marejados, e antes que eu pudesse falar, me abraçaram com força. O calor delas, o cheiro de casa, a sensação de pertencimento — tudo isso me fez desmoronar por dentro e, ao mesmo tempo, sentir um alívio inexplicável.— Eduardo... — disse minha mãe, com a voz embargada. — Que bom que estão bem.Segurei o abraço por um instante, absorvendo cada segundo, cada sensação de que não tínhamos perdido ninguém. Laura, com seu jeito doce e firme, me apertou o ombro, transmitindo a mesma mens

(Visão de Amber)Desde o momento em que abri os olhos naquela manhã, senti que algo no ar estava diferente.O mundo parecia respirar mais devagar, como se o tempo tivesse medo de avançar.O dia que poderia mudar tudo — a vida de Alyce, a minha, a de Henry — havia chegado.Passei horas olhando pela janela do apartamento, observando o vento balançar as árvores lá fora. O céu estava limpo, com tons de laranja e azul se misturando como um quadro pintado à mão.Mas dentro de mim, o caos era absoluto.A cada batida do coração, um medo novo surgia.E se não desse certo?E se tudo isso fosse em vão?E se eu estivesse prestes a perder mais uma parte de mim?No espelho, vi meu reflexo — uma mulher que tentava ser forte, mas que tremia por dentro.Coloquei a mão sobre o peito, respirei fundo e lembrei das palavras de Lua naquela manhã: Às vezes, o amor chega disfarçado de coragem, Amber. E você tem as duas coisas.Fechei os olhos e me deixei amparar por essa lembrança.Era por Alyce. Por aquele