Foram dias estranhos, silenciosos por fora e caóticos por dentro. Matt vinha todos os dias, sempre com algum mimo nas mãos. Um livrinho novo, uma boneca, um pacotinho de adesivos que brilhavam sob a luz do abajur, como se estivesse, de fato, tentando costurar cada minuto perdido com Cori. E ela estava se encantando por ele rápido demais. Bastava ele entrar pela porta e era possível sentir o ar mudar, como quando abrimos a janela e o vento resolve brincar com as cortinas. Ela corria para ele daquele jeito dela, com o cabelo leve balançando e o sorriso que parecia iluminar até a casa nova. Eu observava de longe. Não porque não quisesse me aproximar, mas porque estava difícil entender onde eu me encaixava naquilo tudo. Eu e Matt só trocávamos palavras necessárias — coisas práticas, objetivas, quase frias. Ele não tentava nada, não insinuava nada. E esse distanciamento, por mais lógico que fosse, arranhava algo dentro de mim. Pensar nele, no quanto já tinha sido meu, no quanto eu sent
Ler mais