Quando Matt me deixou na entrada da casa nova, a noite já caía com aquele tom azul-escuro que sempre me dá a sensação de que o mundo suspira antes de dormir. Ele não disse mais nada depois do beijo no apartamento, apenas dirigiu em silêncio, daquele jeito que parece conter tudo o que ele não quer falar para não me pressionar. Antes de ir embora, tocou minha mão por um instante, como se pedisse algo que nem ele soubesse o que era. E depois… sumiu na sombra do carro.
Fiquei parada no portão por alguns segundos, respirando fundo, sentindo meu peito arder de um jeito estranho — uma mistura de ansiedade, culpa, desejo e medo. Era como se meu corpo tivesse ficado naquele quarto, no beijo, e só minha mente tivesse voltado para essa casa que ele preparou, esse lugar onde tudo é confortável demais, organizado demais, seguro demais… controlado demais.
Entrei devagar, fechando a porta atrás de mim. O cheiro delicado de chá de camomila vinha da cozinha. A luz amarela baixa fazia tudo parece