Havia uma regra silenciosa que eu vinha repetindo para mim mesma desde o jantar beneficente: evitar Enzo Bellini a qualquer custo.Ou seja, sair mais cedo, entrar mais tarde, fingir chamadas urgentes, me esconder atrás de pastas enormes no corredor. Coisas normais para uma mulher que definitivamente não tem nada a esconder (mentira descarada).E estava funcionando. Até não funcionar.Era quarta-feira, e eu tinha acabado de sobreviver a uma maratona de reuniões com investidores que falavam mais rápido do que eu conseguia traduzir mentalmente. O corpo inteiro doía e eu só queria minha cama, meu filho e, se o universo fosse generoso, uma pizza. Mas, claro, o universo nunca é generoso quando você mais precisa.Porque foi exatamente nesse dia que o elevador parou no estacionamento e, adivinha? Ele entrou.Enzo.O terno estava impecável, como sempre. O olhar, sério, direto, como se eu fosse a única pessoa naquele espaço. A porta se fechou atrás dele com um clique que soou mais alto do que d
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