O ar pareceu ser arrancado da sala no instante em que Paulina surgiu. Os saltos dela batiam contra o piso como marteladas, cada passo esmagando a serenidade que, pouco antes, começava a se formar. O espaço, antes leve, cheio de risos, foi tomado por uma sombra sufocante.Com o queixo erguido e aquele ar de superioridade calculada, ela bateu palmas. Lentamente. Cada estalo ecoava carregado de ironia, como chicotadas invisíveis.— Que cena mais… comovente. — disse, o sorriso debochado se abrindo em seu rosto. — Não esperava por isso. Você, Gael, tão à vontade, rindo… relaxado… e logo com a songa-monga.O sangue subiu às minhas bochechas como fogo. A humilhação veio certeira, cortante, mas engoli em seco e mantive o queixo erguido. Não teria o prazer de me ver vacilar.Gael, em contrapartida, não demonstrou qualquer sinal de diversão. O olhar se fechou em frieza, a mandíbula firme, os olhos escuros como tempestade. — O que você está fazendo aqui, Paulina? — perguntou, a voz baixa e gra
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