O almoço terminou em silêncio. Os talheres se encontravam nos pratos apenas por obrigação, mas o sabor havia desaparecido no instante em que Paulina atravessara a porta e fez o seu show. Gael permaneceu contido, fingindo naturalidade, enquanto Dona Francisca circulava pela sala com aquela sensibilidade que parecia captar tudo, mas escolher não interferir. O peso era insuportável, e a única saída foi levantar-se antes que a respiração se tornasse difícil.
Os passos conduziram-me ao andar de cima, até o quarto dos gêmeos. Ao abrir a porta, uma surpresa delicada: Breno e Bruno estavam acordados, olhos atentos e agitados, como se aguardassem alguém para dividir suas pequenas descobertas. Assim que me viram, começaram a balbuciar sons, batendo as mãozinhas no ar, cheios de vida.
Um sorriso escapou sem esforço. A presença deles sempre tinha o poder de curar feridas invisíveis, como um remédio silencioso contra dores que teimavam em latejar. Sentei no tapete, puxando alguns brinquedos colori