Naquela manhã, Gabriela acordou antes do sol.Pela primeira vez em muito tempo, o peito não doía ao respirar.Sentia-se estranhamente leve. Como se o mundo estivesse, enfim, permitindo um instante de paz.Na cozinha, Miguel preparava o café. Manu, sentada no balcão, ria das caretas que ele fazia enquanto mexia o achocolatado.A cena era tão comum... e, ao mesmo tempo, tão extraordinária.— Bom dia — disse Gabriela, sorrindo, ainda com os olhos inchados de sono.— Bom dia, flor do dia — respondeu Miguel, brincando.Manu completou:— E bom dia, mamãe da Manu e do Miguel!Todos riram.Mas Gabriela sentiu algo mais forte.Como se a raiz de uma nova família estivesse começando a se formar.Depois do café, Miguel saiu para uma rápida reunião com a diretora da escola.— Eu quero voltar, com tudo esclarecido — disse ele. — Mas sei que algumas pessoas ainda têm dúvidas.A diretora olhou para ele com gentileza.— Miguel, você tem o apoio da maioria. Mas... recebemos hoje uma carta anônima forma
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